Ministro destaca impactos positivos de simplificação fiscal, mas alerta para fase de adaptação delicada. Expectativas incluem aumento da competitividade e melhoria do ambiente de negócios.
Reforma Tributária: Mudança Profunda à Vista
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste final de semana que o Brasil viverá “uma situação completamente nova” com a entrada em vigor das primeiras etapas da reforma tributária, prevista para 2025. Em evento com empresários em São Paulo, Haddad ressaltou que a transformação será profunda e exigirá capacidade de adaptação tanto do setor público quanto da iniciativa privada.
Segundo o ministro, a implementação do novo sistema de Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) trará ganhos de eficiência, simplificará a cobrança de impostos e reduzirá o famoso “custo Brasil”, que penaliza investimentos produtivos há décadas.
Transição Cuidadosa: Desafios no Curto Prazo
Apesar do otimismo com os efeitos estruturais da reforma, Haddad reconheceu que haverá um período de ajuste complicado. Empresas precisarão rever seus sistemas de faturamento, adequar procedimentos fiscais e enfrentar um duplo sistema tributário enquanto a transição estiver em curso.
Portanto, segundo ele, o governo está montando grupos de trabalho para apoiar setores estratégicos e evitar gargalos que possam comprometer o fluxo de arrecadação e a atividade econômica.
Competitividade e Abertura Econômica no Horizonte
Uma das apostas centrais da reforma é o impulso à competitividade do setor produtivo. Com a eliminação da cumulatividade de impostos, a expectativa é que produtos brasileiros ganhem eficiência de custo, melhorem sua inserção no comércio internacional e estimulem investimentos em modernização industrial.
Assim, Haddad reforçou que a reforma é parte de uma agenda mais ampla de reposicionamento do Brasil como protagonista em cadeias globais de valor.
Reações do Mercado: Otimismo Cauteloso
Setores como agronegócio, indústria de transformação e tecnologia se mostraram receptivos à fala do ministro, embora mantenham preocupações quanto à operacionalização da reforma e aos riscos de aumento de carga tributária em segmentos específicos.
No entanto, analistas consideram que, se bem conduzida, a reforma poderá destravar o crescimento potencial do país e reduzir a judicialização tributária, que hoje consome tempo e recursos expressivos das empresas.
Brasil Inicia Nova Era Tributária, Mas Sucesso Dependerá da Execução
A aprovação da reforma tributária é um passo histórico, mas sua implementação será a verdadeira prova de fogo. A transição exigirá planejamento, diálogo constante e ajustes finos. Se bem-sucedida, poderá reposicionar o Brasil no mapa global dos investimentos. Caso contrário, riscos de distorções e incertezas fiscais poderão comprometer parte dos avanços esperados.
Fontes: Ministério da Fazenda, Valor Econômico, Estadão, Globo Economia, Folha de S.Paulo