Estudo reforça controle integrado e aponta alternativas viáveis frente à resistência crescente aos métodos convencionais. Tecnologia acessível e impacto direto sobre produtividade animam setor.
Pesquisadores Validam Soluções para Sanidade do Rebanho
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) confirmou a eficácia combinada do uso de endectocidas injetáveis com brincos impregnados com inseticidas no controle dos principais ectoparasitas bovinos, especialmente moscas-do-chifre e carrapatos.
A pesquisa foi desenvolvida em propriedades leiteiras e de corte no leste maranhense, onde o clima tropical úmido favorece a infestação parasitária durante a maior parte do ano. Os testes demonstraram redução significativa na carga parasitária já nas primeiras semanas de uso.
Tecnologia Simples, Resultados Relevantes
O protocolo validado combina aplicação de ivermectina 1% com uso de brincos mosquicidas contendo cipermetrina. A taxa de infestação caiu mais de 85% nos primeiros 30 dias, com efeito residual de até 60 dias em áreas sem reinfestações críticas.
Portanto, o tratamento se mostra como uma opção eficiente, acessível e de fácil aplicação para pequenos e médios produtores, especialmente em regiões tropicais onde o desafio sanitário é contínuo.
Resistência Química Impulsiona Busca por Soluções Alternativas
A resistência dos parasitas a princípios ativos comuns tornou-se um dos maiores entraves da pecuária brasileira. O uso indiscriminado de produtos sem rotação ou acompanhamento técnico tem reduzido drasticamente a eficácia de tratamentos tradicionais.
Neste contexto, a combinação de tecnologias, como as testadas pela UFMA, desponta como estratégia essencial. Além disso, a adoção de protocolos integrados permite reduzir o número de aplicações, diminuindo custos e impacto ambiental.
Sanidade Animal Precisa Sair do Campo da Negligência
A comprovação científica da eficácia do uso integrado de endectocidas e brincos mosquicidas representa um avanço necessário. A sanidade animal, muitas vezes relegada a segundo plano, é base da produtividade, do bem-estar animal e da competitividade internacional.
Cabe aos produtores, técnicos e gestores públicos assumirem o compromisso com o manejo sanitário racional e eficaz. A UFMA, ao trazer evidências práticas, ajuda a pavimentar esse caminho.
Fontes: UFMA, Revista DBO, Embrapa, Scot Consultoria, Giro do Boi