Brasil e China deram mais um passo importante no estreitamento de relações diplomáticas e comerciais. Durante visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Pequim, os países assinaram 20 novos acordos de cooperação estratégica, ampliando parcerias em áreas-chave como agricultura, finanças, infraestrutura, ciência e tecnologia, além de política internacional.
O encontro entre Lula e o presidente Xi Jinping resultou em uma declaração conjunta de apoio à resolução pacífica da guerra na Ucrânia, ressaltando a necessidade de diálogo direto entre as partes envolvidas. Essa movimentação confere ao eixo Brasil-China protagonismo na tentativa de reconfigurar a geopolítica global por meio de uma diplomacia multilateral mais ativa.
Agronegócio e infraestrutura no centro da agenda bilateral
Um dos principais destaques dos acordos é a ampliação das exportações de produtos agroindustriais brasileiros, com destaque para milho, carne suína, café e algodão. A China se comprometeu a acelerar processos de habilitação de frigoríficos e a facilitar o fluxo logístico por meio da criação de hubs comerciais com suporte tecnológico.
Na área de infraestrutura, empresas chinesas devem participar de licitações e parcerias público-privadas no Brasil, com foco em energia renovável, ferrovias e digitalização rural. O BNDES e o Banco de Desenvolvimento da China também firmaram memorandos para cooperação em crédito de longo prazo e financiamento verde.
Ciência, inovação e transição energética
Outros acordos firmados envolvem colaboração em biotecnologia agrícola, pesquisa em bioinsumos, intercâmbio acadêmico e parcerias entre universidades e centros de pesquisa dos dois países. Houve ainda o compromisso mútuo com o desenvolvimento de tecnologias para transição energética, com foco em hidrogênio verde e energia solar.
Declaração conjunta sobre a Ucrânia reforça peso diplomático
Além da pauta econômica, a visita foi marcada pela assinatura de uma declaração conjunta sobre o conflito na Ucrânia. Brasil e China reafirmaram a necessidade de respeitar a integridade territorial dos países, condenaram o uso de armas nucleares e defenderam o papel da ONU como fórum central para negociações.
A posição conjunta contrasta com a postura de alinhamento automático a blocos ocidentais, reforçando a ideia de uma “diplomacia independente” do Sul Global.
Uma aliança em construção com alcance global
A visita de Lula a Pequim consolida o alinhamento pragmático entre Brasil e China, com foco em soberania, multipolaridade e desenvolvimento sustentável. Em um cenário internacional marcado por tensões geopolíticas e disputas comerciais, os dois países apostam em uma parceria que ultrapassa os interesses bilaterais e busca protagonismo na redefinição da ordem global.
Fontes: gov.br, Brasil de Fato, CGTN, Xinhua, Agência Brasil