Cenario Rural

Feijão carioca sustenta preços altos, enquanto feijão preto recua com maior oferta

Raw carioca beans in rustic fabric bag. Product name in Brazilian Portuguese. Top view

Duas dinâmicas opostas marcam o mercado de feijão: firmeza no carioca e pressão no preto

O mercado brasileiro de feijão segue dividido entre dois cenários distintos neste mês de maio de 2025. Enquanto o feijão carioca mantém preços elevados, com cotações acima de R$ 300 por saca em diversas regiões produtoras, o feijão preto tem enfrentado queda acentuada nas últimas semanas, pressionado pelo aumento da oferta e menor liquidez no atacado.

Feijão carioca mantém firmeza por equilíbrio entre oferta e demanda

No caso do feijão carioca, os preços se mantêm estáveis devido à oferta ajustada e à demanda firme, especialmente em centros consumidores do Sudeste e do Centro-Oeste. Em São Paulo, a saca de 60 kg tem sido negociada entre R$ 290 e R$ 320, dependendo da qualidade e da praça.

Os estoques remanescentes da safra de verão estão baixos e o plantio da segunda safra sofreu atraso em algumas regiões por conta das chuvas irregulares no final de março. Esse cenário de menor disponibilidade garante sustentação aos preços.

Feijão preto sofre pressão com chegada da safra no Sul

Em sentido contrário, o feijão preto passa por um momento de forte pressão. A colheita no Sul do Brasil, especialmente no Paraná e em Santa Catarina, ampliou significativamente a oferta nas últimas semanas. Como a demanda não acompanhou esse ritmo, os preços recuaram.

Atualmente, a saca de 60 kg do feijão preto é comercializada entre R$ 250 e R$ 270, com tendência de queda em algumas praças, conforme apontam análises do Cepea.

Expectativas para os próximos meses

A previsão para o feijão carioca é de manutenção dos preços em patamares firmes no curto prazo. O avanço da segunda safra — que deve ganhar ritmo em junho — poderá, no entanto, provocar uma inflexão nos preços caso a produtividade supere as expectativas.

No caso do feijão preto, a expectativa é de continuidade da pressão por mais algumas semanas, com leve recuperação possível apenas no terceiro trimestre, quando a oferta deve começar a ceder e o consumo tende a se elevar novamente.

Produtor atento às janelas de comercialização

O cenário de maio mostra que o mercado de feijão exige atenção redobrada por parte do produtor. A decisão de armazenar ou vender deve levar em conta não apenas o preço atual, mas também os custos de armazenamento, a dinâmica climática e os movimentos de mercado em grandes centros consumidores.

Fontes: Cepea, IBRAFE, Agrolink, Emater-RS, Conab

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