O mercado de proteínas animais no Brasil passou por nova reorganização em maio de 2025. Dados do Cepea revelam que, neste mês, a carne de frango voltou a ganhar competitividade frente à suína, mas perdeu fôlego em relação à carne bovina, que apresentou quedas consecutivas nos preços da arroba.
Frango se destaca no varejo, mas perde tração nos cortes premium
A carne de frango in natura teve alta de 2,8% no acumulado da primeira quinzena de maio, impulsionada pela demanda do varejo e pelo consumo popular, especialmente no Sudeste e Nordeste. As festividades regionais e o fim de semana prolongado contribuíram para o aumento da procura por cortes como coxa, sobrecoxa e peito.
Por outro lado, produtos como frango defumado e cortes especiais perderam espaço para a carne bovina diante da queda nos preços da arroba, que voltou a ficar abaixo de R$ 315 em algumas praças.
Carne suína perde espaço no atacado
Já a carne suína registrou aumento de preços, o que afetou sua competitividade, sobretudo no atacado. O pernil e a paleta, por exemplo, tiveram reajuste de até 4,5% em algumas centrais de distribuição, tornando-se menos atrativos para açougues e supermercados que buscam margens apertadas.
Além disso, a redução na oferta de suínos terminados elevou os custos para os frigoríficos, impactando a capacidade de manter os preços baixos no varejo.
Carne bovina volta ao radar do consumidor
Com a queda do boi gordo no mercado físico — com arrobas abaixo de R$ 313 em São Paulo —, a carne bovina retomou parte do mercado perdido para o frango nos meses anteriores. Cortes como acém, fraldinha e músculo passaram a ser vendidos a preços mais acessíveis, o que estimulou o retorno do consumidor à proteína bovina.
Exportações equilibram cenário
No front externo, a carne de frango segue com demanda sólida, especialmente no Oriente Médio e na Ásia, o que ajuda a sustentar os preços mesmo em um ambiente doméstico mais competitivo.
Produtor precisa ajustar estratégia conforme oscilações de mercado
A oscilação na atratividade das proteínas exige do setor avícola maior planejamento comercial e monitoramento constante das variações nos preços da concorrência. O frango mantém posição sólida como proteína de acesso, mas deve equilibrar oferta, qualidade e inovação para sustentar margens em um ambiente cada vez mais sensível ao preço.
Fontes: Cepea, MAPA, Abras, Canal Rural, Avisite