Indústrias cautelosas e incertezas sobre florada limitam negociações mesmo com início da colheita em algumas áreas
O mercado de laranja in natura da safra 2025/26 segue marcado por um ritmo lento de comercialização, apesar do início da colheita em algumas regiões do estado de São Paulo. A cautela das indústrias processadoras, associada à instabilidade climática que comprometeu parte da florada, tem mantido as negociações em compasso de espera.
Indústria segura compras à espera de definição da safra
Segundo o Cepea, as indústrias de suco ainda não entraram com força no mercado spot, aguardando maior clareza sobre o volume e a qualidade da produção. O clima irregular entre janeiro e março, com veranicos prolongados, impactou o pegamento das flores e gerou preocupação com a produtividade.
Com estoques remanescentes relativamente confortáveis e contratos fechados com produtores integrados, as compras têm sido pontuais e com preços estáveis.
Preços pouco atrativos para o mercado in natura
No segmento de laranja de mesa, a procura permanece fraca, pressionada pela maior oferta e pelo consumo retraído. A caixa da laranja pera tem sido negociada entre R$ 33 e R$ 36 no mercado atacadista da Grande São Paulo, com escoamento lento mesmo nas centrais de abastecimento.
Produtores independentes demonstram preocupação com a indefinição dos preços da indústria, o que compromete o planejamento financeiro da safra.
Perspectivas climáticas e janela de reação
A melhora das condições de clima e o avanço da maturação nas próximas semanas podem estimular novas compras. No entanto, analistas do mercado citam que a recuperação será gradual e que os preços da safra 2025/26 tendem a abrir abaixo dos patamares da temporada anterior.
Incertezas e excesso de cautela ditam o início da safra de citros
O cenário de negócios travados, mesmo com o início da colheita, reflete o ambiente de insegurança entre produtores e indústrias. A falta de previsibilidade nas condições climáticas e de preços claros no mercado industrial impõe mais uma temporada de pressão ao citricultor paulista.
Fontes: Cepea, Fundecitrus, CitrusBR, Seapa-SP