O setor pecuário brasileiro entra em 2025 diante de um cenário promissor, porém desafiador. As projeções apontam para crescimento moderado na produção de carne bovina, suína e de frango, impulsionado tanto pelo mercado externo quanto pela retomada da demanda interna. No entanto, o setor também precisa lidar com os impactos crescentes das mudanças climáticas e com a pressão por sustentabilidade e rastreabilidade.
Crescimento projetado impulsionado por exportações e tecnologia
Segundo estimativas da Conab e da CNA, o Brasil deverá fechar o ano com aumento de até 3% na produção total de carnes, puxado principalmente pelas exportações para China, Oriente Médio e países da América do Sul. A abertura de novos mercados e a valorização da carne premium têm beneficiado os pecuaristas mais tecnificados.
As tecnologias aplicadas à pecuária — como balanças inteligentes, softwares de manejo nutricional, chips de rastreamento e sensores ambientais — permitem maior controle do rebanho e aumento da eficiência por hectare.
Mudanças climáticas e o desafio da adaptação
Eventos extremos, como secas prolongadas, ondas de calor e instabilidade hídrica, afetam diretamente a produtividade dos pastos e o bem-estar animal. Em 2025, as regiões Centro-Oeste e Sudeste enfrentam nova rodada de estiagem, exigindo que produtores adotem estratégias de manejo adaptativo, como pastagens rotacionadas, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e suplementação alimentar intensiva.
A preocupação com a emissão de gases de efeito estufa também cresce. Projetos de captura de metano, uso de aditivos na alimentação e agricultura regenerativa são algumas das práticas que ganham espaço como alternativas sustentáveis.
Inovação a serviço da pecuária moderna
A digitalização do campo chegou com força ao setor pecuário. Em 2025, o uso de sensores de temperatura corporal, câmeras térmicas e plataformas de inteligência preditiva permite antecipar doenças, reduzir perdas e melhorar o ganho de peso dos animais.
Parcerias entre startups AgTech e cooperativas agropecuárias têm democratizado o acesso a essas tecnologias, especialmente entre pequenos e médios produtores.
A pecuária brasileira vive um momento de transição: cresce em produtividade e acesso a mercados, mas precisa acelerar a adoção de práticas resilientes ao clima e cada vez mais tecnológicas. O futuro da carne brasileira dependerá de como o setor equilibrará crescimento econômico com responsabilidade ambiental.
Fontes: CNA, Conab, Embrapa Gado de Corte, Agrostat