As certificações ambientais se consolidaram como uma das estratégias mais eficazes para agregar valor ao produto rural. Com consumidores e mercados mais exigentes, obter selos reconhecidos de sustentabilidade passou a ser não apenas uma vantagem competitiva, mas uma exigência para acessar cadeias premium e garantir diferenciação frente à concorrência.
Crescimento da Demanda por Sustentabilidade
Segundo levantamento da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), 38% das exportações do agro brasileiro em 2024/25 foram destinadas a países com exigências formais de certificação ambiental. Entre os principais destinos estão União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos, que impõem critérios rígidos de rastreabilidade, manejo responsável e redução de carbono.
Principais Certificações em Alta
Entre os selos mais procurados pelos produtores e valorizados pelo mercado estão:
- Rainforest Alliance (voltado a práticas de conservação e justiça social)
- ISO 14001 (sistema de gestão ambiental)
- Orgânico Brasil / IBD (certificação de produção livre de agrotóxicos)
- RTRS – Soja Responsável (cultivo sustentável da soja)
- CarbomAgro (programa de créditos de carbono certificados)
Essas certificações abrangem aspectos como uso racional de recursos naturais, bem-estar animal, uso de insumos, conservação de biomas e conformidade legal.
Processo de Certificação: Passos Essenciais
- Diagnóstico Ambiental: levantamento de conformidades e inconformidades da propriedade.
- Adequações Técnicas: melhorias em práticas de manejo, controle de resíduos, recuperação de áreas degradadas e proteção de APPs.
- Capacitação e Registros: treinamento da equipe e organização de documentos exigidos.
- Auditoria: inspeção técnica por órgão certificador homologado.
- Renovação e Monitoramento: manutenção de boas práticas e revalidação periódica.
Benefícios Econômicos e de Imagem
Além de ampliar o acesso a mercados com maior valor agregado, a certificação melhora a imagem da marca, permite melhores condições de financiamento e facilita o ingresso em políticas públicas de apoio à sustentabilidade. Um levantamento da Embrapa Territorial indica que propriedades certificadas obtêm, em média, 12% a mais no valor da produção por hectare.
O avanço da digitalização rural e das políticas ESG nas cadeias produtivas tende a tornar a certificação ambiental uma exigência padrão nos próximos anos. Programas como o “Selo Agro Sustentável”, lançado em 2025 pelo MAPA, buscam incluir pequenos e médios produtores nesse processo com apoio técnico e financeiro.