Após semanas de desvalorização, os preços da soja voltaram a reagir no mercado brasileiro nesta semana de maio. Segundo o Cepea, o grão apresentou alta em importantes praças de comercialização, acompanhando o desempenho positivo do óleo de soja no exterior e o reposicionamento de agentes diante das incertezas sobre a oferta global.
Fatores que sustentam a recuperação
Um dos principais vetores da reação dos preços é o óleo de soja, que subiu na Bolsa de Chicago em função das novas expectativas sobre a política de biocombustíveis nos Estados Unidos. Como o óleo representa um importante derivado da soja, sua valorização influencia diretamente a rentabilidade da industrialização.
Além disso, o mercado segue atento ao ritmo do plantio nos EUA, que, embora esteja em linha com a média histórica, ainda desperta cautela diante das previsões de clima instável nas próximas semanas. A demanda internacional segue oscilante, mas traders indicam retomada de compras por parte da China para embarques no segundo semestre.
Preços e movimentação no físico
Na parcial de maio (até o dia 24), o indicador Cepea/Esalq da soja Paranaguá (PR) acumulava alta de 1,4%, cotado a R$ 118,45/saca. Em Sorriso (MT), a referência ficou entre R$ 104 e R$ 106/saca, com negócios pontuais voltando a ocorrer após período de lentidão.
Apesar da grande colheita brasileira, estimada acima de 150 milhões de toneladas, problemas climáticos na Argentina e em partes do Paraguai geraram revisão nos números finais de oferta da América do Sul. Isso deu suporte técnico às bolsas, após o forte movimento de venda nas últimas semanas.
Soja testa recuperação, mas ainda sem direção firme
O movimento de reação nos preços da soja reflete uma combinação de fatores técnicos e fundamentos globais ainda indefinidos. O mercado permanece volátil, e a consolidação de uma tendência mais firme dependerá do andamento do clima nos EUA e da retomada da demanda chinesa nas próximas semanas.
Fontes: Cepea, Conab, USDA, B3, Notícias Agrícolas