Cenario Rural

Crescimento da Agricultura Regenerativa e o Mercado de Carbono

Blog-Sustentabilidade

Em 2025, a sustentabilidade não é mais uma escolha opcional para o produtor rural brasileiro — tornou-se uma exigência de mercado, uma estratégia de competitividade e uma oportunidade de renda. Nesse cenário, a agricultura regenerativa e o mercado de carbono ganham destaque como os dois principais vetores dessa nova fase do agro.

A agricultura regenerativa vai além das boas práticas ambientais: ela busca restaurar o ecossistema agrícola, reconstruindo a saúde do solo, aumentando a biodiversidade e promovendo o sequestro de carbono. Técnicas como plantio direto, consórcio de culturas, uso de bioinsumos e sistemas agroflorestais vêm sendo cada vez mais adotadas em propriedades de diferentes portes, especialmente em estados como Mato Grosso, Pará, Maranhão e São Paulo.

Crescimento acelerado da agricultura regenerativa

Segundo dados recentes do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e da Embrapa, mais de 5,4 milhões de hectares já adotam práticas regenerativas no Brasil em 2025. Grandes grupos como a Fazenda da Toca, Rizoma Agro e Amaggi lideram iniciativas estruturadas de transição agroecológica, com ganhos comprovados em produtividade, qualidade do solo e captação de carbono.

A sustentabilidade virou ativo financeiro. Empresas como Nestlé, Unilever e Carrefour já firmaram parcerias com produtores regenerativos para garantir cadeias de suprimento com menor pegada de carbono. Além disso, selos como Regenagri, Certifica Minas e SISBI vêm se consolidando como diferenciais de mercado.

Mercado de carbono: oportunidade financeira e ambiental

Com o avanço da regulamentação do mercado de carbono no Congresso Nacional, o Brasil se posiciona como potencial líder global na oferta de créditos de carbono oriundos da agropecuária. Em 2025, já há projetos validados no padrão Verra e Gold Standard, gerando créditos a partir da fixação de carbono no solo, redução de emissões por uso racional de fertilizantes e recuperação de pastagens degradadas.

Produtores rurais que adotam técnicas de agricultura de baixo carbono, especialmente no Plano ABC+, podem receber entre R$ 40 a R$ 150 por hectare/ano em créditos, dependendo da metodologia adotada e certificadora. Plataformas como BCarbon, Moss.Earth e Agrosatélite têm conectado produtores a compradores de créditos no mercado voluntário e, futuramente, no regulado.

Desafios para escalar e democratizar a transição verde

Apesar do potencial, ainda existem barreiras à adoção em larga escala dessas práticas. Falta de assistência técnica especializada, baixa informação sobre as regras do mercado de carbono e insegurança jurídica em relação à certificação dos projetos são entraves apontados por especialistas.

Para enfrentar esses desafios, o governo federal lançou em 2025 o programa RenovaAgro, com foco na capacitação de técnicos, incentivos fiscais e linhas de crédito para transição agroecológica. A proposta é permitir que pequenos e médios produtores também se beneficiem do carbono como fonte adicional de receita.

Sustentabilidade se torna vetor de competitividade no agro

O avanço da agricultura regenerativa e do mercado de carbono aponta para um novo paradigma na agropecuária brasileira. A sustentabilidade deixou de ser custo e se transformou em oportunidade estratégica — para acessar novos mercados, aumentar a rentabilidade e garantir resiliência produtiva.

O produtor que conseguir alinhar produtividade, responsabilidade ambiental e certificações será o protagonista do agro do futuro.

Fontes: Embrapa, IPAM, MAPA, ABC+, RenovaAgro, Verra, Moss.Earth, CNA

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