Cenario Rural

Líderes mundiais debatem transição energética, segurança alimentar e acordos comerciais em cúpula marcada por cobranças e urgência diplomática

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A cúpula do G20 realizada nesta semana reuniu, em encontro virtual, os líderes das maiores economias do mundo para debater a recuperação econômica global, os desafios climáticos e os desequilíbrios geopolíticos que marcam o cenário internacional em 2025. Com participação ativa de chefes de Estado dos Estados Unidos, China, União Europeia, Índia, Brasil e outras potências, o evento foi marcado por um tom de alerta e pela cobrança de ações coordenadas e concretas.

Mudanças climáticas no centro das preocupações

O foco da reunião foi a crise climática e a aceleração da transição energética. Pressionados por eventos climáticos extremos, como enchentes históricas na Ásia e secas prolongadas na América Latina, os líderes reafirmaram compromissos com o Acordo de Paris, mas divergiram sobre os prazos e os meios para atingir a neutralidade de carbono.

Os países do G7 cobraram metas mais ambiciosas dos emergentes, enquanto nações em desenvolvimento, como Brasil, África do Sul e Indonésia, reivindicaram maior financiamento climático e acesso à tecnologia limpa. A proposta de criar um fundo global de transição justa foi discutida, mas não houve consenso sobre valores nem cronograma de implementação.

Recuperação econômica pós-pandemia e inflação persistente

Outro ponto central do encontro foi a recuperação econômica desigual após a pandemia de COVID-19. Embora alguns países tenham alcançado crescimento acima do esperado, outros ainda enfrentam inflação alta, endividamento crescente e desemprego estrutural. Os ministros de finanças destacaram a necessidade de políticas coordenadas para estabilizar o comércio global, controlar fluxos de capitais e apoiar cadeias produtivas resilientes.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) foi chamada a mediar novas tratativas para modernizar as regras de comércio digital, propriedade intelectual e subsídios agrícolas — temas que ainda travam o consenso entre os blocos econômicos.

Segurança alimentar e crise de fertilizantes

A insegurança alimentar também foi tema urgente. Com a guerra prolongada na Ucrânia afetando a oferta de grãos e fertilizantes, além da intensificação dos conflitos no Oriente Médio, líderes do G20 alertaram para o risco de uma nova crise alimentar global. O Brasil, representado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, propôs um plano de estímulo à agricultura sustentável em países em desenvolvimento e o fortalecimento da FAO e do PAM (Programa Alimentar Mundial).

Geopolítica e pressões diplomáticas

Apesar do foco técnico da reunião, tensões diplomáticas ficaram evidentes. EUA e União Europeia criticaram a postura da Rússia na guerra contra a Ucrânia e cobraram maior pressão diplomática do bloco sobre Moscou. A China manteve posição neutra, mas pediu que o G20 não seja transformado em instrumento de “confronto ideológico”.

G20 une discurso, mas ainda carece de ação coordenada

A cúpula de 2025 evidenciou que, apesar do consenso sobre os desafios globais, o mundo ainda carece de mecanismos eficazes de implementação. As promessas foram renovadas, mas os compromissos financeiros e políticos seguem indefinidos. Em um cenário de múltiplas crises — climática, alimentar, energética e política — o G20 segue sendo espaço de diálogo indispensável, embora cada vez mais pressionado por resultados.

Fontes: G20, ONU, FAO, OMC, Reuters, Bloomberg, Agência Brasil

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