Boi gordo recua mais que o frango após caso de gripe aviária; veja as cotações desta semana
O mercado de proteínas animais iniciou a semana com sinais distintos entre os segmentos. Após o recente caso de gripe aviária em granja de postura no Rio Grande do Sul, o frango reagiu com leve queda nas cotações, mas foi o boi gordo que sofreu maior pressão no mercado físico, com recuos mais intensos nos principais polos de abate.
Boi gordo acumula queda diante de consumo fraco e maior oferta
De acordo com dados do Cepea e da Scot Consultoria, o preço da arroba do boi gordo recuou cerca de 1,8% entre segunda (20) e quarta-feira (22), sendo negociada a R$ 312,50 em São Paulo. A combinação entre escalas de abate confortáveis, demanda interna desaquecida e cautela dos frigoríficos diante das incertezas sanitárias pressionou os preços.
A queda foi acentuada também pela tentativa de realinhamento das indústrias exportadoras, que ainda sentem os efeitos da queda recente nas compras de grandes importadores.
Frango resiste à pressão, mas demanda interna é desafio
No caso do frango, o impacto do caso de gripe aviária foi menor até agora. A saca do frango congelado foi negociada a R$ 6,34/kg em São Paulo, com variação negativa inferior a 0,5% na semana. A rápida resposta das autoridades e a manutenção do status sanitário do Brasil limitaram o impacto sobre as exportações.
Entretanto, o consumo interno segue pressionado, e a entrada de lotes represados no mercado — especialmente após embargos pontuais no exterior — pode pressionar os preços caso a demanda não reaja.
Analistas do setor indicam que o comportamento do consumidor diante da combinação de frio intenso e inflação será decisivo para a evolução das cotações nas próximas semanas. A possibilidade de substituição de carne bovina por frango no varejo já começa a ser observada, especialmente em regiões do Sudeste.
Mercado de proteínas atravessa momento de ajuste e incerteza
O caso de gripe aviária reacendeu o alerta sobre biossegurança, mas é o cenário macroeconômico e a dinâmica da oferta que têm ditado os rumos das cotações. No curto prazo, o boi gordo pode seguir pressionado, enquanto o frango resiste — mas com atenção redobrada à demanda.
Fontes: Cepea, Scot Consultoria, MAPA, Canal Rural