Cenario Rural

Milho recua para R$ 53,00 com avanço da segunda safra e pressão sobre o mercado interno

MILHODEPIPOCA

Oferta crescente, comercialização lenta e demanda interna estável mantêm preços sob pressão em maio de 2025

A saca de 60 kg de milho foi negociada a R$ 53,00 em praças como Ubiratã (PR) no dia 15 de maio de 2025. O valor reflete a pressão exercida pela entrada gradual da segunda safra no mercado, cuja colheita avança rapidamente no Centro-Oeste e em partes do Sul. Mesmo com o dólar em patamar favorável, a oferta interna elevada e o ritmo contido das exportações mantêm o cereal em trajetória de baixa.

Oferta robusta desafia o produtor

A segunda safra brasileira de milho, conhecida como “safrinha”, corresponde a mais de 70% da produção nacional e, em 2025, deve alcançar mais de 90 milhões de toneladas, segundo projeções da Conab. As lavouras se desenvolveram bem, impulsionadas por um clima regular e investimentos em tecnologia. Com o avanço da colheita, o fluxo de grãos pressionou os armazéns e aumentou a oferta nos mercados locais.

Além disso, muitos produtores, diante dos custos operacionais controlados, optaram por vender logo após a colheita para gerar caixa, o que ampliou ainda mais a disponibilidade do produto.

Exportações tímidas e demanda interna estável

No front externo, as exportações brasileiras de milho, embora relevantes, não têm crescido no ritmo esperado. A China, principal compradora em 2024, reduziu o volume adquirido nos primeiros meses de 2025. Outros mercados, como Vietnã e Irã, seguem ativos, mas não conseguem absorver o excedente.

No mercado interno, a demanda por parte das indústrias de ração e etanol permanece estável, mas não o suficiente para sustentar os preços. Segundo a Scot Consultoria, muitos compradores têm adotado uma postura cautelosa, apostando em quedas adicionais nas próximas semanas.

Mercado futuro projeta estabilidade com viés de recuperação

Na B3, o contrato de milho para maio/25 encerrou o pregão a R$ 72,96, com leve recuo de 0,50%. Apesar disso, os contratos futuros a partir de agosto indicam uma possível reversão no segundo semestre, especialmente durante a entressafra e se houver retomada do apetite chinês.

Momento exige estratégia e gestão de risco

A cotação de R$ 53,00 em 15/05/25 representa um dos menores patamares dos últimos meses. Para enfrentar o cenário, o produtor deve avaliar alternativas como venda fracionada, contratação de seguro de preço mínimo ou uso de derivativos. Embora o ambiente seja desafiador, a expectativa de melhora no segundo semestre mantém um tom de cautela, mas não de pessimismo.

Fontes: Conab, Cepea, B3, Scot Consultoria, Notícias Agrícolas, Coagru

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