Cenario Rural

Oferta curta e exportações aquecidas elevam preço da pluma

Design-sem-nome-25

Demanda internacional firme e baixa disponibilidade no mercado interno sustentam altas consecutivas nos preços

O mercado brasileiro de algodão segue em forte ritmo de valorização neste início de 2025. Segundo dados do Cepea, o preço da pluma subiu mais de 6% em abril, mantendo a tendência de alta observada desde o início do ano. A cotação média mensal superou R$ 4,30 por libra-peso, puxada por oferta limitada, demanda externa robusta e valorização do dólar.

A menor disponibilidade interna se deve, em parte, ao fato de que boa parte da safra 2023/24 já foi comercializada, além de estoques reduzidos nos armazéns. A nova safra ainda está em desenvolvimento, com expectativa de colheita apenas a partir de junho. Essa janela de escassez tem forçado indústrias e exportadores a disputarem os volumes disponíveis.

Exportações batem recordes e sustentam os preços

As exportações brasileiras de algodão seguem em ritmo acelerado. Em abril, o volume embarcado superou 120 mil toneladas, representando alta de quase 40% em relação ao mesmo mês de 2024. Os principais destinos são China, Vietnã, Bangladesh e Paquistão.

O dólar acima de R$ 5,00 continua favorecendo os embarques, tornando a pluma brasileira mais competitiva em relação aos Estados Unidos e à Índia. Além disso, problemas climáticos no hemisfério norte têm impulsionado a demanda por algodão sul-americano.

Indústria têxtil nacional pressiona, mas mercado segue firme

Apesar da alta nos preços, a indústria têxtil brasileira tenta limitar a valorização, alegando dificuldades para repassar os aumentos ao consumidor final. Contudo, a baixa disponibilidade e os compromissos com o mercado externo mantêm o produtor em posição firme, evitando liquidações e sustentando os patamares elevados.

Analistas indicam que, caso não haja surpresas climáticas na safrinha de algodão, o mercado deve continuar aquecido pelo menos até julho. O setor monitora com atenção o comportamento dos compradores asiáticos e possíveis novos estímulos à economia chinesa.

Fontes: Cepea, Abrapa, Anea, USDA

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *