O agronegócio brasileiro registrou um marco histórico nos primeiros quatro meses de 2025: as exportações do setor totalizaram US$ 52,7 bilhões (aproximadamente R$ 297,1 bilhões), o maior valor já alcançado no período. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura e mostram que o agro respondeu por 49,2% de todas as vendas externas do país entre janeiro e abril.
Soja lidera com folga, seguida por carnes e café
A soja em grão respondeu por mais de um terço do valor total exportado, impulsionada por uma safra recorde no Brasil e pelo apetite contínuo da China, mesmo com oscilações pontuais. No segmento de carnes, bovina e de frango, os volumes embarcados cresceram principalmente em destinos como Oriente Médio, Egito e Hong Kong. O café, tanto arábica quanto robusta, também teve forte desempenho, com preços firmes e maior procura nos Estados Unidos e na Europa.
Paridade cambial impulsiona competitividade brasileira
Outro fator-chave para o desempenho foi a taxa de câmbio favorável. O dólar oscilando entre R$ 4,98 e R$ 5,15 contribuiu para manter o agro nacional competitivo, mesmo em um cenário internacional de queda de preços para algumas commodities.
Além disso, o Brasil conseguiu manter a fluidez logística nos principais portos exportadores, apesar das dificuldades pontuais no transporte interno e na armazenagem.
Agro garante respiro à balança comercial brasileira
Com os setores industriais e de mineração apresentando quedas no período, as exportações agropecuárias garantiram saldo positivo à balança comercial brasileira. O desempenho do agro também ajudou a conter pressões sobre o real, servindo como âncora fiscal e de divisas no momento em que o país enfrenta desafios inflacionários e riscos fiscais crescentes.
Analistas apontam que o segundo semestre pode manter um bom ritmo, especialmente se houver recuperação econômica na China e retomada do consumo europeu. A diversificação de mercados, como Índia, Indonésia e países do Norte da África, também tem sido trabalhada pelo Itamaraty e pelo MAPA.
Protagonismo agro reforçado em meio à turbulência global
O recorde de US$ 52,7 bilhões consolida o agronegócio brasileiro como pilar da economia nacional. Em meio a tensões geopolíticas e incertezas econômicas, o agro segue mostrando sua resiliência, capacidade de adaptação e liderança nas exportações, com impacto direto na estabilidade macroeconômica do país.
Fontes: MAPA, Agrostat, Secex, Conab, CNA
