A soja permanece como a principal commodity agrícola do Brasil e, na safra 2024/25, as projeções indicam uma possível recuperação após um ciclo anterior impactado por instabilidades climáticas. Dados mais recentes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), divulgados em 13 de junho de 2025, apontam uma produção estimada de 147,7 milhões de toneladas — um leve recuo frente à temporada 2022/23 (154,6 milhões), mas em linha com a média histórica.
Expansão da Área Plantada com Maior Controle
Apesar das adversidades, a área plantada com soja cresceu para 45,4 milhões de hectares. O aumento está concentrado em estados como Maranhão, Piauí e Tocantins, enquanto outras regiões como Mato Grosso e Paraná mantiveram estabilidade ou até reduziram levemente a área em resposta aos desafios enfrentados no ciclo anterior.
A produtividade tem sido o ponto de maior atenção nesta safra. Em estados como Mato Grosso do Sul, Paraná e parte de São Paulo, chuvas mal distribuídas durante a floração comprometeram o enchimento dos grãos. Já no Centro-Oeste, especialmente no norte de Mato Grosso, o excesso de calor e estiagens prolongadas no início do ciclo forçaram o replantio em diversas áreas. A média nacional de produtividade está estimada em 3.250 kg/ha, segundo a Conab.
Tecnologia e Adaptação como Resposta
Produtores adotaram tecnologias de monitoramento climático, sementes com melhor tolerância ao estresse hídrico e práticas de plantio direto para minimizar os efeitos das variações climáticas. A ampliação do uso de agricultura de precisão, especialmente por meio de cooperativas, tem auxiliado no ajuste das janelas de plantio e manejo localizado de pragas.
Mercado Internacional Aquece Demanda
A demanda internacional pela soja brasileira segue aquecida, com destaque para China, União Europeia e Indonésia. A valorização do dólar no primeiro semestre de 2025 também favoreceu a competitividade das exportações. Segundo dados da Secex, o volume exportado entre janeiro e maio já superou 50 milhões de toneladas, com preços médios 6% superiores aos do mesmo período de 2024.
Perspectivas para o Segundo Semestre
Com a colheita praticamente finalizada até meados de junho, a atenção se volta para o mercado e os preparativos da próxima temporada. A volatilidade climática seguirá como fator de risco, especialmente com a transição do El Niño para La Niña, prevista para o segundo semestre de 2025. Estratégias de seguro agrícola, diversificação de cultivares e ajustes nos calendários regionais serão decisivos para manter a rentabilidade dos produtores.