Brasil consolida protagonismo no comércio internacional de algodão com maior participação da história. Fatores logísticos, qualidade da fibra e relações comerciais impulsionam desempenho.
Participação do Brasil no Comércio Mundial de Algodão Nunca Foi Tão Alta
O Brasil acaba de atingir um marco histórico em sua trajetória no mercado internacional de algodão. Dados divulgados pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e corroborados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam que o país detém, em 2025, a maior participação de sua história no comércio global do produto.
Com mais de 2,3 milhões de toneladas exportadas na temporada 2024/25, o Brasil ultrapassou 25% de participação no comércio internacional, superando, inclusive, os Estados Unidos em algumas rotas específicas, como o Sudeste Asiático.
Fatores-Chave para o Sucesso Exportador Brasileiro
O desempenho recorde do algodão brasileiro é resultado de uma combinação estratégica de fatores:
- Melhoria na logística portuária, com ampliação de terminais no Arco Norte;
- Avanços genéticos, que elevaram o padrão de qualidade da fibra nacional;
- Acordos comerciais bilaterais, principalmente com Vietnã, Bangladesh e Paquistão;
- Credibilidade do sistema de rastreabilidade socioambiental desenvolvido pela Abrapa.
Portanto, não se trata apenas de volume, mas de consistência na entrega de um produto rastreável, sustentável e competitivo.
Mercado Internacional Reage Positivamente ao Algodão Brasileiro
Importadores têm ampliado seus contratos com empresas brasileiras, atraídos pela previsibilidade de fornecimento e pela redução da dependência de mercados tradicionalmente dominantes como os EUA, Austrália e Índia. A crescente adoção de protocolos ESG por parte das tradings brasileiras também tem sido fator de atração para compradores europeus.
Além disso, o algodão brasileiro passou a compor carteiras sustentáveis de grandes marcas globais do setor têxtil, reforçando a reputação do agro nacional no segmento de commodities premium.
Brasil Assume Nova Posição Estratégica no Mapa Global do Algodão
O recorde alcançado em 2025 não é resultado de sorte, mas de planejamento, investimento e inovação. O algodão brasileiro passou de coadjuvante a referência global em menos de duas décadas — uma ascensão que poucos setores produtivos conseguiram replicar com tamanha eficiência.
Agora, o desafio é consolidar esse protagonismo com políticas públicas que sustentem a competitividade no longo prazo, evitando gargalos logísticos, riscos cambiais e instabilidades fiscais que possam comprometer os avanços recentes.
Fontes: Abrapa, USDA, Canal Rural, Valor Econômico, Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA)