Cenario Rural

Usinas priorizam biocombustível após alta de 12,3% nas vendas; mercado internacional pressiona preços do açúcar

agro_etanol_10junho2021_REUTERSRick-Wilking

O setor sucroenergético brasileiro vive um início de safra 2025/26 marcado por dinâmicas opostas entre etanol e açúcar. De um lado, o etanol hidratado vem registrando crescimento expressivo nas vendas, com alta de 12,3% na última semana em São Paulo — maior volume semanal desde janeiro, segundo o Cepea. Do outro, o açúcar enfrenta queda nos preços internacionais, pressionado pelo avanço da moagem e por fatores externos.

Etanol em alta impulsiona receita nas usinas

As vendas de etanol hidratado pelas usinas paulistas ganharam ritmo com o aumento da competitividade frente à gasolina e a leve queda nos preços ao consumidor. O litro do combustível foi comercializado a R$ 2,06 em média, favorecido pelo aumento da demanda nos postos e pelo avanço das distribuidoras na formação de estoques para o segundo semestre.

Além disso, o clima seco nas regiões produtoras tem favorecido a colheita e a moagem da cana, permitindo a produção de etanol com regularidade. A expectativa de continuidade da alta nos volumes vendidos pode reforçar a estratégia das usinas de priorizar o biocombustível nas próximas semanas.

Queda no açúcar reflete cenário global mais desafiador

Enquanto isso, os contratos futuros do açúcar demerara recuaram 1,55% na bolsa de Nova York, com o contrato de julho sendo negociado a 17,80 centavos de dólar por libra-peso no dia 21/05. A queda foi motivada por expectativas de aumento na produção global, especialmente na Índia e na Tailândia, e pela valorização do real frente ao dólar, o que reduz a atratividade das exportações brasileiras.

No mercado interno, o açúcar cristal também começou a sentir os efeitos da maior disponibilidade, com o preço da saca de 50 kg girando em torno de R$ 141,40 — leve recuo em relação à semana anterior.

Usinas ajustam mix de produção

Com essas movimentações, muitas usinas estão revendo o mix de produção, destinando uma parcela maior da cana para o etanol em detrimento do açúcar. A decisão é estratégica e busca maximizar a rentabilidade diante das condições de mercado.

Etanol vira protagonista na largada da safra

O início da safra 2025/26 traz sinais de que o etanol pode assumir papel central na geração de caixa das usinas, enquanto o açúcar enfrenta desafios no curto prazo. A flexibilidade do setor em ajustar o mix será essencial para enfrentar o cenário volátil e aproveitar as oportunidades que o mercado de combustíveis renováveis oferece.

Fontes: Cepea, UDOP, Unica, MAPA, Bolsa de Nova York

WhatsApp
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *